O Cemitério - Stephen King

12:15 Unknown 12 Comments

          
 Sinopse
     "Louis Creed, um jovem médico de Chicago, acredita que encontrou seu lugar naquela pequena cidade do Maine. A boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos lhe trazem a certeza de que fez a melhor escolha. Num dos primeiros passeios familiares para explorar a região, conhecem um 'simitério' no bosque próximo a sua casa. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram seus animais de estimação.
     Para além dos pequenos túmulos, onde letras infantis registram seu primeiro contato com a morte, há, no entanto, um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai pessoas com promessas sedutoras e onde forças estranhas são capazes de tornar real o que sempre pareceu impossível."


     Depois de uma mudança tranquila para uma pequena cidade do Maine, Louis Creed – nosso protagonista – acredita que fez uma boa escolha. Tem uma casa grande e bonita, um emprego bom e muito mais sossegado na universidade e uma família feliz. Mas talvez ter trocado o calor e a agitação de Chicago pelo tempo frio do Maine não tenha sido uma decisão tão boa assim.          
     No começo nos é apresentado Louis, sua mulher Rachel e seus filhos Ellie e Gage e o pequeno gato Church. A estória começa a se desenvolver de forma mais intensiva a partir de um passeio de Louis e Jud, seu vizinho, para conhecer o “Simitério”, um lugar antigo onde gerações de crianças enterravam seus bichos de estimação. Porém um pouco mais adiante deste lugar, atrás de uma pilha de árvores velhas empilhadas há um outro cemitério quem era usado pelos índios Micmac, antiga tribo indígena norte-americana. 
      Um cemitério que promete fazer coisas inimagináveis como enfrentar a própria morte, ressuscitando os mortos. Mas Louis na inocência e curiosidade resolve “testar” este cemitério ao enterrar o gato Church que morreu atropelado. O gato volta à vida mas ele não é mais o mesmo animal; está frio, cheirando a terra e agressivo. Louis mais uma vez tenta trapacear a morte quando algo inesperado e horrível acontece com Gage, seu filho. Ele não pensa nas consequências que podem vir a ocorrer, mesmo com o exemplo de Church, Louis não dá ouvidos a Jud, seu vizinho.
       Este foi um dos melhores livros que li de King até agora. A estória se desenvolve de forma bem fácil de se entender e a leitura é bem agradável; a narrativa e feita em terceira pessoa e a cada pagina há uma nova surpresa. É incrível como no final tudo se “liga”, cada coisa que no começo parecia insignificante no final se encaixa em algum acontecimento.


      Acredito que o maior foco “escondido” do livro seja sobre a reflexão de até que ponto chegaria para ter de volta alguém que ama e isso é o que é proposto para Louis. O livro me fez refletir sobre o quão importante as pessoas são em nossa vida e também a aprender a “respeitar” a morte, afinal há coisas que não podem ser mudadas e isso é uma delas. Louis Creed caiu na tentação do desconhecido mesmo sabendo que poderia se arrepender. 
      O Cemitério é um livro que talvez cause um pouco de medo em algumas pessoas, mas é excelente em seu todo assim como todos outros deste autor. Ele deixa uma vontade de saber mais, de ler mais, a única coisa que me confortou um pouco foi que descobri um filme Pet Sematery (Cemiterio Maldito no Brasil) que é baseado nesta obra. O filme é bem antigo mas vale a pena pois é fiel ao livro e nos dá uma visão mais concreta do livro de maneira geral.
     Talvez este livro mostre um pouco - não para todos, é claro – o porque de Stephen King ser considerado o mestre do horror. Quando a estória acabou senti um arrependimento de tê-lo lido tão rápido, por isso corri para comprar uma outra obra de King, RoseMader que logo que acabar de ler farei uma resenha para vocês também!
      E você teria coragem de enterrar alguém que ama e já se foi neste “Simitério”?

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O Oceano No Fim do Caminho - Neil Gaiman

09:00 Unknown 1 Comments


     Se eu tivesse que descrever este livro em apenas uma frase, seria: “Extremamente complexo e empolgante.” A estória toda se passa em flashbacks de um homem de quarenta e sete anos que esta um pouco decepcionado com a vida. Suas lembranças mais latentes são situações de medo e inexplicáveis. O protagonista esta voltando de um funeral e para relembrar os velhos tempos visita uma velha fazenda que fica n final da rua – em que passou boa parte de sua infância.
      A velha fazenda das Hempstock, um lugar misterioso e que sempre o deixou com duvidas sem esclarecimento, até hoje. Havia um pequeno lago no fundo da casa que lhe trouxe nítidas lembranças de sua infância, aliás não era um lago, era um oceano. Sim, um oceano no fundo de uma fazenda. O personagem tinha apenas sete anos durante todo o livro – que se dá através de lembranças – uma criança muito inteligente por sinal. Tudo se passa ao lado de Lettie Hempstock, a caçula das mulheres Hempstock. A personagem mais incrível que pude sentir de muitos livros lidos. 
      Tudo se desenvolve de forma tão natural que até espanta, quando você ver o livro já acabou. A leitura eu confesso que no começo não senti muita facilidade, tive que ler mais de uma vez alguns parágrafos para conseguir “digerir” totalmente. Mas eu diria sem hesitar que valeu a pena cada palavra lida e relida. Os capítulos seguem surpreendentes que é quase que impossível parar de ler e ficar imaginando o que acontecerá. Algumas vezes parava de ler e pensava: “Meu Deus, o que é isso!”.
     É um enredo que nos faz sentir totalmente imergidos na estória tanto que o próprio protagonista não possui nome. Talvez tenha sido esta a intenção de Neil, fazer com que sintamos o personagem de forma mais verossímil possível, sentindo como se fosse você mesmo que estava ali vivendo aquelas situações peculiares. Todas as cenas aparentam terem saído de um filme de aventura com fantasia em algum lugar inacreditável no meio do nada. Pude ver as paisagens, sentir os cheiros e suar de medo junto com os personagens. É um livro rápido, o li em apenas algumas horas, foi um vicio rápido e prazeroso!

       Mais interessante e profundo do que o próprio enredo fantástico é a forma como Neil Gaiman trata dos sentimentos. Ele os usa para nos mostrar as duvidas do protagonista em relação a seu pai, a vida e a tudo que o rodeia. O local onde se passa toda a estória é o mesmo lugar onde o próprio Neil cresceu! Incrível, não? Agradeço por ter sido este o livro que me apresentou a Neil, um autor que já tinha ouvido falar mas nunca havia lido nada seu. É um autor incrível, com certeza vocês verão mais postagens aqui sobre livros do Neil.
      As vezes não saber ao certo o porquê das coisas acontecerem, o porquê de se existir e entre outras duvidas, é o melhor a ser feito. Talvez uma representação metafórica disso seja quando Lettie Hempstock leva o protagonista para tentar mostrar um lugar, o inicio. E de lá onde estava tudo “parado” uma única ação, uma única duvida são as causas para desencadear todo o problema principal: Ursula Montken. Talvez seja essa a mensagem do autor, é melhor deixar algumas coisas como estão e não questionar, assim evitando futuros problemas.
      Espero que o livro venha a se tornar uma criação cinematográfica o quanto antes, para que todo mundo que leu ou que ainda o fará se sinta abraçado por uma estória tão encantadora. Pode até parecer um pouco sem sentido algumas partes mas com atenção pode-se perceber o quão bela são os sentimentos postos entrelinhas.


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